O site do escritório LUCIANA ANTUNES ADVOCACIA finalizou e me propus a escrever um artigo para inauguração do site.
A partir daí a dúvida inevitável: escrever sobre qual tema das vastas áreas de Direito Civil, Direito do Consumidor, Direito do Trabalho e Direito Previdenciário?
Eis que surgiu uma ideia um pouco diferente.
Tratando-se de um site de advocacia, dedicar um artigo sobre o meu encanto pela advocacia que, confesso de antemão, foi bem posterior à graduação, pareceu bastante pertinente.
Pois bem.
Sou mineira, de Guaranésia, filha de uma professora de educação infantil e de um taxista (que já foi trabalhador rural, carregador, tratorista, servente na construção civil e carpinteiro).
Desde criança apaixonei-me pelos estudos e sonhei, um dia, cursar uma universidade.
Os anos foram se passando e com dedicação, sempre apoiada pelos pais, chegou a árdua tarefa de escolher a profissão a ser seguida.
Titubeei entre os cursos de Odontologia e de Direito, o primeiro tinha a torcida da mãe, o segundo, do pai. Na minha família não tinha ninguém formado em nenhum dos mencionados cursos, assim, a escolha baseou-se em pesquisas teóricas e testes vocacionais.
Até que, aos 18 anos, saí de Guaranésia para cursar Direito na PUC Minas, campus Poços de Caldas, no segundo semestre de 2001.
Nos bancos da universidade enamorei-me pelo Direito desde o primeiro período, cada disciplina, cada tema era um terreno a ser desbravado. A sede pelo conhecimento proporcionou-me ser monitora de Direito Civil, bolsista de projeto de iniciação científica e ganhar vários destaques acadêmicos.
Aproximando-se a fase do estágio, mais um momento de dúvida surgiu: estagiar onde? Em escritório de advocacia? Em alguma procuradoria? Em alguma empresa privada? Na secretaria do Fórum estadual? Na promotoria de justiça? Em algum gabinete de juiz?
Apesar dos méritos acadêmicos, encontrar estágio não foi tarefa tão simples. Os professores que eram promotores de justiça e juízes de direito já tinham estagiários. Os professores advogados também. Deixei vários currículos e enquanto aguardava um retorno soube que o Ministério Público do Estado de Minas Gerais tinha publicado edital de concurso para estagiário, remunerado, e a prova seria realizada em Belo Horizonte, foi a opção mais palpável que me coube.
Estudei bastante e viajei para Belo Horizonte para realizar minha primeira prova na área jurídica. O esforço foi reconhecido e, graças a Deus, obtive aprovação em primeiro lugar.
Assim, estagiei por dois anos no Ministério Público, em Poços de Caldas, tendo a oportunidade de aprender e cooperar em várias áreas de atuação do Parquet. Os anos de estágio na Promotoria foram suficientes para encantar com as funções do Promotor de Justiça, fiscal da lei, e fazer-me pensar que assim que colasse grau ingressaria na carreira pública e jamais advogaria – o destaque para o jamais é porque eu dizia assim mesmo quando meu pai perguntava em qual área do Direito eu iria advogar.
Apesar do encanto pelas atribuições da Promotoria de Justiça eu tinha comigo que mesmo que não pretendesse advogar teria que passar no temido exame da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, antes de colar grau, pois, afinal, após cursar Odontologia o estudante cola grau e passa a ser dentista, por exemplo, mas após cursar Direito o estudante cola grau e é bacharel em Direito e o que diferencia esse profissional do advogado é a aprovação no exame da OAB.
Iria colar grau em julho de 2006 e realizei o exame da OAB no primeiro semestre de 2006 obtendo êxito, o que foi um conquista imensurável, sem dúvidas. Uma mistura de muita dedicação, garra, fé e até lágrimas – as últimas porque na segunda fase da prova da Ordem precisei interpor recurso para obter êxito na aprovação e como disse um professor à época, iniciei advogando em causa própria antes de obter a habilitação na Ordem e esse, admito, foi o primeiro baque de grande impacto, ou seja, aquele angustiante interregno entre a não aprovação na segunda fase da Ordem até o julgamento do recurso que reconheceu equívoco na correção da prova e concedeu aprovação no exame de Ordem.
Assim, em julho de 2006, ao obter o título de bacharel em Direito pela PUC Minas, já havia obtido aprovação no exame da OAB, logo, já podia dizer que também era uma advogada. Uma sensação ímpar, reconheço, após cinco anos de estudos jurídicos.
Como já havia frequentado alguns cursinhos preparatórios paralelamente à Universidade, achei que era momento de ampliar os horizontes, fazer pós graduações e estudar em outros cursinhos, tendo como objetivo a Promotoria de Justiça (estadual ou federal).
Com estes desígnios passei a ser mais uma moradora na agitada cidade de Ribeirão Preto/SP, a partir de agosto de 2006.
De fato, estudei muito, fiz vários concursos e vivenciei a realidade árdua das várias fases dos concursos, sendo que às vezes você passa na primeira, na segunda e não passa na terceira fase, daí pensa, no próximo concurso passo na terceira fase e também na quarta e já vou para a posse, mas, na verdade, a vida não é tão matemática assim e, no próximo concurso, não passa nem sequer na primeira fase daquele concurso que no anterior obteve um bom desempenho.
Na verdade, o exemplo acima ocorreu comigo no concurso da Procuradoria do Trabalho no qual reprovei na terceira fase e tive a oportunidade de ir até Brasília/DF assistir a prova oral – que seria a quarta fase – com a viva certeza que no próximo concurso estaria na oral, entretanto, não foi bem assim, aliás, nem em pesadelo imaginaria que no próximo concurso não passaria nem na primeira fase da Procuradoria do Trabalho, embora os professores avisassem que isso poderia acontecer, por variadas razões.
Diante dessa realidade, parei, repensei e conclui: acho que terei que tirar o jamais da frente de advogar e começar a levar currículos nos escritórios de advocacia de Ribeirão Preto/SP.
E assim foi.
Entretanto, o que não estava previsto nos meus planos é que não seria simples conquistar uma vaga no tão concorrido mercado da advocacia ribeirão-pretana, ainda mais para quem nem sequer estagiou na advocacia.
Mas como o sol nasce para todos e para tudo há um tempo determinado por Deus, obtive a chance de começar a advogar no maior escritório de advocacia do Brasil em números de advogados, JBM Advogados, em Ribeirão Preto, e descobri, na prática, o que era o contencioso de massa, quando passei a advogar em inúmeros processos de grandes empresas, principalmente nas ações de Direito do Consumidor e Direito do Trabalho.
Uma gratidão eu levarei comigo para sempre: não esquecerei da atitude corajosa do advogado que me entrevistou no escritório JBM e deu a oportunidade de uma estudiosa do Direito, sem experiência na advocacia, naquele momento, poder aplicar a teoria na prática e, justamente, num contencioso de massa, impulsionado por alta tecnologia.
Essa foi a transição, a queda daquele muro mental que construí de que jamais iria advogar para a possibilidade de surgir a estrada fascinante da advocacia, até então ignorada por mim que insistia em afastar o desconhecido.
Trabalhar em equipes com grande número de advogados foi de extrema valia na troca de experiências. Atuar em escritório com tecnologia de ponta foi revolucionário para minha pueril ideia de advocacia.
Nessa etapa da minha vida, o encanto pela advocacia mudou meu rumo profissional e passei a enxergar com outros olhos essa belíssima profissão.
Intercalando com a advocacia, tive a oportunidade de realizar três cursos de pós-graduações lato sensu. Em julho de 2008 conclui o Curso de Especialização em Direito Público com Ênfase em Direito Processual Civil, pela UNIVERSIDADE POTIGUAR. Em março de 2009 conclui o Curso de Especialização em Direito e Processo do Trabalho pela UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃO DO PANTANAL. Em novembro de 2010 conclui o Curso de Especialização em Inovações do Direito Civil e seus Instrumentos de Tutela pela UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP. Além de vários cursos, conforme certificados expostos em: www.lucianaantunesadvocacia.com.br
Alinhavando a teoria e a experiência na advocacia, tive a honrosa oportunidade de advogar no AIRES VIGO ADVOGADOS e conhecer advogados amantes da profissão, que com muita dedicação conseguiam, com maestria, aliar o cumprimento de vários prazos, as realizações de audiências em várias comarcas da região, o atendimento personalizado a clientes e a serenidade de um tratamento digno ao próximo.
Após ter oportunidades maravilhosas de trabalhar em grandes escritórios de advocacia, ter contatos com clientes que eram pessoas jurídicas de grande porte, trabalhar com vários advogados que possibilitaram enxergar as várias nuances da advocacia, minhas raízes começaram a pulsar e surgiu a vontade de voltar para minha cidade de origem e abrir um escritório de advocacia, voltado para pessoas físicas, ou seja, atuar no outro polo do processo que estava acostumada a lidar.
Meus colegas de trabalho acharam meio inusitada minha decisão de deixar um grande centro para advogar em uma cidade de pequeno porte, mas desejaram boa sorte.
Admito que não foi fácil saber que não bastaria girar a cadeira para deparar com outro profissional da área jurídica para trocar experiências.
Na visão de sócia por quotas de serviço, a advocacia se restringia, basicamente, a cumprimento de prazos, realizações de audiências e atendimentos a clientes, o que já não era pouco.
Porém, voltando para Guaranésia/MG para inaugurar o escritório LUCIANA ANTUNES ADVOCACIA vivenciei que seria preciso pensar em uma localização adequada, em mobiliário, em gastos básicos para a funcionalidade do escritório, em contratar recepcionista, em selecionar estagiário, na precificação dos honorários advocatícios, e, acima de tudo, em conquistar clientes, um a um.
É verdade que não foi tão fácil assim o início do escritório, contudo, uma vez mais, meus pais estavam presentes e, hoje, posso dizer que advogo em Guaranésia e região, com grande prazer, vivenciando lutas e vitórias diárias.
Aprendi a sentir o sabor de como é gratificante mostrar o Direito para pessoas que nem sequer sabiam que o possuíam; aprendi como é honroso aplicar o Direito nas situações concretas por meio da advocacia; aprendi a agradecer de alma a reversão nos Tribunais de situações inicialmente desfavoráveis aos clientes; aprendi a comemorar cada fase do processo; aprendi a guardar o termo jamais no seu devido lugar; e aprendi que sempre haverá espaço para continuar aprendendo!
Realmente, a advocacia, na minha vida, foi um encanto que surgiu após a graduação e possibilitou, nessa oportunidade, após quatro anos de inauguração do ESCRITÓRIO LUCIANA ANTUNES ADVOCACIA, inaugurar o SITE LUCIANA ANTUNES ADVOCACIA, no qual pretendo utilizar como um canal eficaz de comunicação interativa, por meio de artigos, de notícias recentes e do FALE CONOSCO.
Seja bem vindo!
Luciana Antunes Lopes Ribeiro.